Meu sertão e suas veredinhas
Sempre meio distraído, acabo não percebendo as curvas erradas que fiz logo ali há uns três meses. Por sorte, esbarro em poetas que não se sabem poetas. Eles acabam me guiando pelos seus versos-palavras-conselhos e eu volto para a velha estrada larga de terra. O problema é que as veredas escondem tantos caminhos de mim mesmo. Não gosto dessa estrada larga e segura, ou até gosto, mas não esqueço as possibilidades daquela, opa! essa nova vereda na qual tropeço. Como tem buracos, penso! E essas árvores que não conheço. Elas com seus frutos de descoberta me apavoram o caminho e novamente me inspiram. Mais uma vez me vejo perdido, mas o som dos ecos das vozes amigas e dos escritores de meus dias são uma setinha vermelha apontando para a velha estrada larga e segura. De repente, sinto saudade dos buracos e penso naquelas frutas-possibilidade. _Meu filho, não olhe para os lados! _Calma, mãe, teu menino é meio super homem com criptonita de monotonia. _Ele precisa dos buracos, pedras e possibilidades. Meus pés cansados renascem nos dias mais ressaca, nos dias mais dor, torpor e angústia. Calço botas de um guerrilheiro acostumado com a falta de caminhos prontos. Sempre alumbrado, vou olhando para o céu, pensando que o vento e as estradas nem sempre me levam para a minha atípica felicidade clandestina.
Flávio Arruda
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial