Insônia

sofro com a ausência de ti, ó sono meu!
não é consciência, nem falta de paciência,
muito menos medo da escuridão
(solidão?)
nem é!
é sei lá o quê!
se soubesse, matava e apedrejava sem culpa nem temor!
oh, dor!
temor!
ardor!
andor!
vai procurar o sono, meu bem!
já sei!
é a cabeça a mil,
tão vil
a falta de soneca.
sem essa,
compadre!
arde no peito teu a vontade de cair no breu!
olheiras
coleiras
de mim mesmo!
sossega e te entregas aos carinhos do travesseiro teu!
(Flávio Arruda)